Publicado em : 28/02/2019 - Atualizado em: 11/03/2019 09:17:30

Pesquisa sobre Transidentidades revela talento de jovem bolsista do CNPq

Segundo o estudante, seu objetivo é tornar vidas mais viáveis.


Suas referências teóricas são Judith Butler, Michel Foucault, Paul Preciado, Guacira Lopes Louro, entre outros estudiosos e especialistas que tratam a questão do gênero e da sexualidade dentro de um viés social. Mas foi sob a influência de Lili Elbe, uma das primeiras pessoas no mundo a realizar uma cirurgia de transgenitalização, que Fabrício Pupo Antunes, de apenas 15 anos, decidiu mergulhar nesse tema "tão polêmico e ao mesmo tempo fascinante", como ele próprio define.

Nascido em Campo Grande (MS), longe dos grandes centros de pesquisa, Fabrício não é um garoto comum. Desde cedo, estava determinado a ingressar no mundo da ciência com seu objeto de estudo praticamente definido. "Eu sabia que iria pesquisar essas questões, pelas quais sempre me interessei, mas depois de ler o livro A Garota Dinamarquesa, decidi incluí-lo", disse, referindo-se ao projeto "Estudo sobre sexo, gênero e orientação sexual a partir da análise literária da obra A Garota Dinamarquesa, de David Ebershoff", contemplado em abril de 2018 com uma bolsa no âmbito do Programa Iniciação Científica Júnior, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Fabrício e o livro que o inspirou a projetar a pesquisa que hoje desenvolve como bolsista do CNPq. Foto: Arquivo Pessoal

"Em março [de 2018], participei da FEBRACE-USP [Feira Brasileira de Ciências e Engenharia da Universidade de São Paulo - USP]. Lá, o projeto ganhou alguns prêmios: primeiro lugar na área de Ciências Humanas, Melhor projeto do Estado de Mato Grosso do Sul e a Bolsa CNPq, no valor de R$ 100, implementada em abril", contou Fabrício.

Também na FEBRACE, sua pesquisa foi credenciada para participar do Verano Nacional para Estudiantes Sobresalientes (Vences), feira científica que seleciona 40 trabalhos no mundo, e em 2018 ocorreu no México. "Mas eu não pude ir, porque coincidiu com o período da [70ª Reunião Anual da] SBPC, em Maceió, e o professor Ivo recomendou que eu participasse da SBPC", explicou o jovem pesquisador. O químico Ivo Leite Filho, doutor em Educação, é professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) e um dos maiores incentivadores de Fabrício no universo da ciência.

 

FONTE: CNPq